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PARC DE LA VILLETE

EM 1974 OS ABATEDOUROS DE LA VILLETTE, SITUADOS NA PERIFERIA NORTE DE PARIS, PARARAM DE FUNCIONAR. O ESTADO DECIDIU CRIAR, NESTE ESPAÇO DE 55 HECTARES, UM CONJUNTO ARQUITETÔNICO DEDICADO À MÚSICA, UM MUSEU NACIONAL DAS CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS E UM PARQUE ABERTO À TODOS.

LE PARC DE LA VILLETTE É UM IMENSO JARDIM ABERTO AO PÚBLICO O ANO INTEIRO. NESTE PARQUE SÃO PROGRAMADAS MANIFESTAÇÕES COMO EXPOSIÇÕES, CONCERTOS, CIRCOS, FESTIVAIS, EXIBIÇÕES DE FILMES AO AR LIVRE, ETC.

O PARQUE ABRANGE MAIS DE UM QUILÔMETRO DE COMPRIMENTO E SETECENTOS METROS DE LARGURA. ABRIGA ATIVIDADES COMO UM MUSEU DA CIÊNCIA E INDÚSTRIA, UMA CIDADE DA MÚSICA, TEATROS E ESPAÇOS PARA CONCERTOS

O CONCURSO

O CONCURSO PARA O PARC DE LA VILLETTE FOI ORGANIZADO PELO GOVERNO FRANCÊS EM 1982. SEUS OBJETIVOS ERAM MARCAR A VISÃO DE UMA ÉPOCA E ATUAR NO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CULTURAL FUTURO DE UMA ÁREA-CHAVE EM PARIS. O PARC DE LA VILLETTE ESTÁ LOCALIZADO EM UM DOS ÚLTIMOS GRANDES TERRENOS EM PARIS, UMA EXTENSÃO DE 125 ACRES ANTERIORMENTE OCUPADA PELOS MATADOUROS DE PARIS.

APESAR DO NOME, O PARQUE NÃO ERA PARA SER UMA SIMPLES RÉPLICA DE PAISAGEM. PELO CONTRÁRIO, O OBJETIVO DA COMPETIÇÃO ERA SELECIONAR UM ARQUITETO-CHEFE QUE SUPERVISIONARIA O PLANO DIRETOR E TAMBÉM CONSTRUIRIA OS ELEMENTOS "ESTRUTURANTES" DO PARQUE.

 

EM MARÇO DE 1983, BERNARD TSCHUMI, UM ARQUITETO FRANCO-SUÍÇO DE 39 ANOS QUE VIVIA EM NOVA YORK, FOI SELECIONADO . SEU PROJETO VENCEDOR FOI CONCEBIDO COMO UM GRANDE EMPREENDIMENTO METROPOLITANO, DERIVADO DAS DESCONEXÕES E DISSOCIAÇÕES DE NOSSO TEMPO. ELE TENTOU PROPOR UMA NOVA ESTRATÉGIA URBANÍSTICA ARTICULANDO CONCEITOS COMO "SUPERPOSIÇÃO", "COMBINAÇÃO" ARQUITETÔNICA E PAISAGENS "CINEMATOGRÁFICAS". TSCHUMI DESCREVEU O PARQUE COMO "O MAIOR EDIFÍCIO DESCONTÍNUO DO MUNDO"

CONCEITO

O PROJETO VENCEDOR NÃO SEGUIU UMA MENTALIDADE TRADICIONAL, COM A PAISAGEM E A NATUREZA COMO FORÇAS DOMINANTES. AO CONTRÁRIO, O PARC DE LA VILLETTE FOI IMAGINADO COMO UM LUGAR DE CULTURA, ONDE O NATURAL E O ARTIFICIAL SE MESCLARIAM EM UM ESTADO DE CONSTANTE RECONFIGURAÇÃO E DESCOBERTA.

O PROJETO ESCOLHIDO NÃO HABITAVA OU DEPENDIA DA HISTÓRIA COMO PRECEDENTE, MAS OLHAVA PARA AS QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS E AO FUTURO.

O PARQUE FOI IMAGINADO COMO UM ESPAÇO PARA A ATIVIDADE E INTERAÇÃO, QUE EVOCASSE UMA SENSAÇÃO DE LIBERDADE NUMA ORGANIZAÇÃO SOBREPOSTA QUE DARIA PONTOS DE REFERÊNCIA AOS VISITANTES .

O PROJETO PARC DE LA VILLETTE TINHA UM OBJETIVO ESPECÍFICO: PROVAR QUE ERA POSSÍVEL CONSTRUIR UMA ORGANIZAÇÃO ARQUITETÔNICA COMPLEXA SEM RECORRER A REGRAS TRADICIONAIS DE COMPOSIÇÃO, HIERARQUIA E ORDEM.

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PARTIDO

O PROJETO CONSISTIU EM TRÊS SISTEMAS: SUPERFÍCIES, QUE SÃO OS ESPAÇOS VERDES ABERTOS; LINHAS, OS CAMINHOS DO PARQUE; E PONTOS, ESTRUTURAS ICÔNICAS PINTADAS EM VERMELHO SEM UM PROGRAMA PRÉ-DEFINIDO. INSERIDOS NUMA MALHA ORTOGONAL DE CENTO E VINTE METROS DE LADO, OS PONTOS SÃO O DENOMINADOR COMUM DO PARQUE E ÍCONES DO PROJETO.

 

O TERRENO É ORGANIZADO ESPACIALMENTE ATRAVÉS DE UMA MALHA DE TRINTA E CINCO EDIFÍCIOS PONTUAIS. A MALHA DE PONTOS DÁ UMA QUALIDADE DIMENSIONAL E ORGANIZACIONAL PARA O PARQUE SERVINDO COMO PONTOS DE REFERÊNCIA, PERMITINDO QUE OS VISITANTES MANTENHAM UM SENSO DE UNIDADE ATRAVÉS DO PARQUE.

A SUPERPOSIÇÃO DOS TRÊS SISTEMAS (PONTOS, LINHAS, SUPERFÍCIES) CRIA O PARQUE ENQUANTO GERA UMA SÉRIE DE TENSÕES CALCULADAS QUE REFORÇAM O DINAMISMO DO LOCAL. CADA UM DOS TRÊS SISTEMAS EXIBE SUA PRÓPRIA LÓGICA E INDEPENDÊNCIA

LINHAS

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UM SISTEMA ORTOGONAL DE MOVIMENTAÇÃO DE PEDESTRES DE ALTA DENSIDADE MARCA O LOCAL COM UMA CRUZ. O PASSAGEIRO NORTE-SUL OU COORDENADA LIGA AS DUAS PORTAS DE PARIS E AS ESTAÇÕES DE METRÔ PORTE DE LA VILLETTE E PORTE DE PANTIN; A COORDENADA LESTE-OESTE UNE PARIS AOS SEUS SUBÚRBIOS. UMA ESTRUTURA COBERTA ABERTA COM 5 METROS DE LARGURA PERCORRE O COMPRIMENTO DE AMBAS AS COORDENADAS. ORGANIZADAS AO REDOR DAS COORDENADAS, DE MODO A FACILITAR E ENCORAJAR O ACESSO, ESTÃO FOLIES .

 

O SISTEMA DE LINHAS TAMBÉM INCLUI O CAMINHO DOS JARDINS TEMÁTICOS, A ROTA APARENTEMENTE CURVILÍNEA E ALEATÓRIA QUE LIGA VÁRIAS PARTES DO PARQUE NA FORMA DE UM CIRCUITO CUIDADOSAMENTE PLANEJADO. O CAMINHO DOS JARDINS TEMÁTICOS INTERSECTA OS EIXOS DAS COORDENADAS EM VÁRIOS LUGARES, PROPORCIONANDO ENCONTROS INESPERADOS COM ASPECTOS INCOMUNS DA NATUREZA DOMESTICADA OU "PROGRAMADA".

PONTOS

AS NECESSIDADES PROGRAMÁTICAS FORAM PRIMEIRO “EXPLODIDAS” EM UMA SÉRIE DE FRAGMENTOS. ESSES FRAGMENTOS SÃO ENTÃO DISTRIBUÍDOS EM TORNO DE UM DENOMINADOR COMUM CONSTRUÍDO: A MALHA DE PONTOS DAS FOLIES.

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Imagem Autoral

AS FOLIES SÃO POSICIONADAS DE ACORDO COM UM SISTEMA DE COORDENADAS DE GRADE DE PONTOS A INTERVALOS DE 120 METROS. ELAS FORNECEM UM DENOMINADOR COMUM PARA TODOS OS EVENTOS GERADOS PELO PROGRAMA. CADA UMA É ESSENCIALMENTE UM CUBO DE 10 X 10 X 10 METROS OU UMA CONSTRUÇÃO DE TRÊS ANDARES DE ESPAÇO NEUTRO QUE PODE SER TRANSFORMADO E ELABORADO. A REPETIÇÃO RIGOROSA DA FOLIE BÁSICA DE 10 X 10 X 10 METROS TEM COMO OBJETIVO DESENVOLVER UM SÍMBOLO CLARO PARA O PARQUE, UMA IDENTIDADE RECONHECÍVEL.

A GRADE, ENTÃO, APRESENTOU À EQUIPE DO PROJETO UMA SÉRIE DE OPOSIÇÕES DINÂMICAS. TÍNHAMOS QUE PROJETAR UM PARQUE: A GRADE ERA ANTI-NATURAL. ERA PRECISO CUMPRIR VÁRIAS FUNÇÕES: A GRADE NÃO ERA FUNCIONAL. ERA PRECISO SER REALISTA: A GRADE ERA ABSTRATA. ERA PRECISO RESPEITAR O CONTEXTO LOCAL: A GRADE ERA ANTI-CONTEXTUAL. ERA PRECISO RESPEITAR OS LIMITES DO LOCAL: A GRADE ERA INFINITA. ERA PRECISO LEVAR EM CONTA A INDETERMINAÇÃO POLÍTICA E ECONÔMICA: A GRADE ERA DETERMINADA. ERA PRECISO RECONHECER PRECEDENTES DE JARDINS: A GRADE NÃO TINHA ORIGEM, ELA SE ABRIA PARA UMA RECESSÃO INFINITA EM IMAGENS ANTERIORES E SINAIS MAIS ANTIGOS.

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SUPERFÍCIES

AS VÁRIAS SUPERFÍCIES DO PARQUE POSSUEM SUAS PRÓPRIAS TEXTURAS, CORRESPONDENTES ÀS SUAS RESPECTIVAS NECESSIDADES PROGRAMÁTICAS (CALÇADAS, GRAMA, ESPORTES).

 

AS SUPERFÍCIES DO PARQUE RECEBEM TODAS AS ATIVIDADES QUE REQUEREM GRANDES EXTENSÕES DE ESPAÇO HORIZONTAL PARA BRINCADEIRAS, JOGOS, EXERCÍCIOS FÍSICOS, ENTRETENIMENTO EM MASSA, MERCADOS, ETC. CADA SUPERFÍCIE É DETERMINADA PELO PROGRAMA.

OS PRINCIPAIS ELEMENTOS PROJETUAIS E CONSTRUTIVOS

FOLIES

TODAS AS FOLIES USAM O MESMO SISTEMA REPETITIVO, BASEADO EM UM CUBO DE 10,8 METROS POR 10,8 METROS POR 10,8 METROS. O CUBO É ENTÃO DIVIDIDO EM TRÊS EM CADA DIREÇÃO, FORMANDO UMA GAIOLA COM 3,6 METROS (12 PÉS) ENTRE AS BARRAS. A GAIOLA PODE SER DECOMPOSTA EM FRAGMENTOS DE UMA GAIOLA OU ESTENDIDA ATRAVÉS DA ADIÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS (VOLUMES CILÍNDRICOS OU TRIANGULARES DE UM OU DOIS ANDARES, ESCADAS, RAMPAS) DE ACORDO COM UMA VARIEDADE DE PRINCÍPIOS COMBINATÓRIOS, ENQUANTO SIMULTANEAMENTE (E INDEPENDENTEMENTE) CONFRONTA REQUISITOS PROGRAMÁTICOS ESPECÍFICOS. A ESTRUTURA PRIMÁRIA (A GAIOLA) É COMPOSTA POR UM QUADRO QUE PODE SER DE CONCRETO, AÇO OU QUALQUER OUTRO MATERIAL. EMBORA AS FOLIES SIGAM UM PRINCÍPIO DE CONSTRUÇÃO SIMPLES, A DEVIAÇÃO ALTERA A RELAÇÃO COM A GRADE ESTRUTURAL. A GRADE ENTÃO SE TORNA UM SUPORTE SIMPLES EM TORNO DO QUAL UMA ARQUITETURA TRANSGRESSORA PODE SE DESENVOLVER EM RELAÇÃO À NORMA ORIGINAL.

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AO PARQUE É UM ELABORADO ENSAIO DA DEVIAÇÃO DAS FORMAS IDEAIS. ELE GANHA FORÇA AO TRANSFORMAR CADA DISTORÇÃO DE UMA FORMA IDEAL EM UMA NOVA IDEALIZAÇÃO, QUE POR SUA VEZ É DISTORCIDA. COM CADA NOVA GERAÇÃO DE DISTORÇÃO, O RASTRO DA FORMA IDEAL ANTERIOR PERMANECE, PRODUZINDO UMA ARQUEOLOGIA COMPLEXA, UMA HISTÓRIA DE IDEALIZAÇÕES E DISTORÇÕES SUCESSIVAS. DESSA FORMA, O PARQUE DESESTABILIZA A FORMA ARQUITETÔNICA PURA

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Bernard Tschumi Cinégramme Folie- Le Parc de la Villette- Paris Nineteenth Arrondissement- Princeton Architectural Press (modificada)

O PARC DE LA VILLETTE É FREQUENTEMENTE CRITICADO POR SER MUITO GRANDE, E POR TER SIDO PROJETADO SEM CONSIDERAÇÃO PELA ESCALA HUMANA E ARGUMENTA-SE QUE EXISTE COMO QUE EM UM VÁCUO, POIS NÃO LEVA EM CONSIDERAÇÃO A HISTÓRIA DO LOCAL OU O CONTEXTO CIRCUNDANTE. NO ENTANTO, COM UM TERRENO TÃO EXTENSO E A ESCALA APARENTEMENTE DESCONECTADA DA EXPERIÊNCIA HUMANA, ELE SE TORNA UMA ABORDAGEM ANALÍTICA E CONCEITUAL EM RELAÇÃO À FORMA COMO UMA PESSOA SE SENTE EM UM AMBIENTE URBANO MAIOR. O PARQUE É QUASE UMA REITERAÇÃO PERVERSA DA VIDA URBANA, ONDE O SER HUMANO É ENVOLVIDO EM UM AMBIENTE INCESSANTEMENTE AVASSALADOR QUE REMOVE A SENSIBILIDADE HUMANÍSTICA PARA ACOMODAR UM MAIOR NÚMERO DE PESSOAS

Imagens Autorais

GALERIA NORTE-SUL

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Bernard Tschumi Cinégramme Folie- Le Parc de la Villette- Paris Nineteenth Arrondissement- Princeton Architectural Press (modificada)

ATRAÇÕES

O PARC DE LA VILLETTE ABRIGA ALGUMAS INSTITUIÇÕES CULTURAIS DE PARIS, COMO:

  • CITÉ DES SCIENCES ET DE L'INDUSTRIE: UM DOS MAIORES MUSEUS DE CIÊNCIAS DA EUROPA.

  • LA GÉODE : UM TEATRO COM COBERTURA ESFÉRICA.

  • HALL DE LA CHANSON : UM TEATRO ONDE ESTÁ INSTALADO O CENTRO NACIONAL DO PATRIMONIO DA CANÇÃO FRANCESA, DAS VARIEDADES E DAS MÚSICAS ACTUAIS.

  • CITÉ DE LA MUSIQUE: SEDE DO CONSERVATÓRIO DE PARIS.

  • LE ZÉNITH: CASA DE CONCERTOS COM CAPACIDADE PARA 6.300 PESSOAS.

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LA GÉODE 

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